12/12/2025

IRPF 2026: O que muda para sua empresa e para seus colaboradores — e como se preparar desde já

 

A partir de 1º de janeiro de 2026, entra em vigor a Lei nº 15.270/2025, que promove uma das maiores mudanças recentes na tributação das pessoas físicas no Brasil. Embora a alteração seja no IRPF, os efeitos recaem diretamente sobre as empresas, que precisarão ajustar sistemas, rotinas e controles de retenção de imposto na folha de pagamento.

A Receita Federal publicou orientações oficiais detalhando como a redução deve ser aplicada e como funcionará o novo modelo de cálculo. A seguir, trazemos um resumo claro, prático e voltado ao empresário.


1. Por que as empresas precisam se preparar?

A lei altera:

  • O cálculo do IRRF sobre salários e 13º salário
  • O cálculo do carnê-leão
  • A apuração anual do IRPF dos colaboradores

Ou seja: a folha de pagamento das empresas deverá ser adaptada imediatamente.

Esses ajustes influenciam:

  • Custo de mão de obra
  • Políticas de remuneração
  • Orçamento de 2026
  • Planejamento tributário

Ignorar ou atrasar a adequação pode gerar retenções incorretas, passivos trabalhistas e inconsistências no eSocial.


2. Ampliação da isenção: colaboradores que ganham até R$ 5.000 não pagarão IR

A partir de 2026, rendimentos mensais até R$ 5.000 ficam isentos de IRPF graças a um redutor mensal aplicado automaticamente.

O que isso significa para sua empresa?

  • Funcionários nessa faixa deixarão de ter IR retido.
  • O salário líquido aumenta sem custo para a empresa.
  • O sistema de folha deve aplicar o redutor máximo de R$ 312,89.

Importante: Quem tem mais de uma fonte pagadora pode ainda ter imposto anual a pagar — mas isso não altera o cálculo feito pela empresa.


3. Redução gradual para salários entre R$ 5.000 e R$ 7.350

Nessa faixa, o IRRF passa a ser calculado pela tabela progressiva menos um redutor proporcional.

Na prática:

  • Quanto menor o salário dentro da faixa, maior a redução.
  • Quanto mais próximo de R$ 7.350, menor o redutor.
  • É essencial que o sistema de folha aplique esse redutor corretamente.

Erros podem gerar retenção indevida, reclamações trabalhistas e inconsistências fiscais.


4. Acima de R$ 7.350 nada muda

Salários superiores seguem a tabela progressiva tradicional (7,5% a 27,5%).


5. O 13º salário também muda

O redutor também será aplicado no cálculo do 13º salário, quando couber.

A não aplicação correta pode resultar em IR retido indevidamente.


6. Mudanças para pagamentos a autônomos (carnê-leão)

Empresas que contratam autônomos devem revisar a incidência de IRRF, pois o carnê-leão segue a nova lógica de cálculo.

Divergências podem gerar problemas no eSocial (R-4010).


7. Impacto no orçamento empresarial de 2026

  • Aumento do salário líquido dos colaboradores.
  • Possibilidade de revisão de políticas de remuneração.
  • Menos dúvidas no RH, se a regra for aplicada corretamente.
  • Risco de passivo trabalhista em caso de erro.

8. O que a empresa precisa fazer agora

1. Atualizar o sistema de folha

Verificar se o software já implementou:

  • Redutor mensal
  • Redutor do 13º
  • Tabelas de cálculo atualizadas

2. Treinar o RH/DP

As equipes precisam entender quando o redutor se aplica e como tratar múltiplas fontes pagadoras.

3. Orientar colaboradores

Explicar que a ausência de IR mensal não garante isenção na declaração anual.

4. Revisar contratos com autônomos

Garantir a correta incidência do IRRF conforme a nova legislação.

5. Ajustar o planejamento financeiro

Principalmente em empresas com muitos colaboradores nas faixas até R$ 7.350.


Conclusão

A reforma do IRPF traz benefícios aos trabalhadores e maior justiça tributária, mas exige ação imediata das empresas. Ajustar sistemas e treinar equipes é fundamental para evitar erros, multas e retrabalhos.

Prepare sua empresa agora para garantir conformidade e segurança em 2026.

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